Yuri, é um colaborador da Cristófoli,

ele também tem sido de grande ajuda para mim e o Felipe, meu parceiro no Blog da Biossegurança e gerente de T.I. da Cristófoli, cuidando das redes sociais da empresa. que recentemente participou do “I ECO DIVE SEA SHEPHERD RJ EM ABROLHOS”.

Ele, juntamente com seu pai e o pessoal da Sea Shepherd, uma ONG que defende a vida marinha, morou por quatro dias em um barco em alto mar, no arquipélago de Abrolhos, um conjunto formado por cinco ilhas no litoral da Bahia. Ele teve o privilégio de tirar sua certificação como mergulhador avançado neste paraíso, e nos contou um pouco sobre como foi esta experiência.

Liliana: Yuri, o que te motivou a fazer esta viagem?

Yuri: Sempre fui um pouco aventureiro, meu pai desde criança me levava para fazer trilhas e tudo mais. Quando fiquei sabendo sobre essa viagem, promovida pela Sea Shepherd, vi a oportunidade de uma grande aventura, pois morar por quatro dias em um barco em alto mar não é para qualquer um.

Liliana: E como foi o roteiro dessa aventura?

Yuri: Nós combinamos com o pessoal da Sea Shepherd de nos encontrarmos no dia 28/04 no aeroporto de Vitória, de lá partiríamos para Caravelas/BA e dormiríamos no barco, logo de manhã zarparíamos para o arquipélago, a cerca de 70km de costa, o que nosso barco percorria em cinco horas de viagem. Mas nossas partida para o arquipélago foi adiada em um dia, por conta do tempo. Nesse dia que ficamos em Caravelas, participamos de um curso-palestra com vídeo ministrado pelo Secretário Municipal de Turismo e Meio Ambiente, Sr. Fabio Negrão, sobre a importância da proteção dos recifes de corais, ele nos apresentou a campanha “Conduta Consciente em Ambientes Recifais”, do Ministério do Meio Ambiente, que visa formar agentes multiplicadores da campanha. Na manhã seguinte zarpamos rumo ao paraíso, foram cinco horas de viagem que, com muito esforço e concentração, fiz sem vomitar, rs. E lá Liliana, eu realmente me transformei!

O fundador da Sea Shepherd, Paul Watson, diz o seguinte: “Você não viveu até encontrar algo pelo qual vale a pena morrer”, essa frase descreve bem o que eu senti. Em Abrolhos eu tive a certeza que precisava defender tudo aquilo, toda aquela beleza, toda aquela vida.

Passamos três dias no arquipélago, visitando duas de suas cinco ilhas. Ao total, foram seis mergulhos, incluindo um noturno.

Liliana: O que você quer dizer com “defender este paraíso”, Yuri?

Yuri: Abrolhos é lindo na superfície Liliana, mas é um verdadeiro paraíso debaixo da água, e isso me entristece por saber que tudo isto está ameaçado. A pesca predatória e ilegal, a poluição, o turismo predatório e a ocupação desordenada da orla marítima acabam causando impactos à vida marinha. E você só entende realmente isso depois que entra em contato com tudo aquilo, com toda aquela vida. No caso de Abrolhos, é tudo muito bem cuidado lá, mas ainda assim, conseguimos preencher um saco com o lixo que achamos na praia da ilha de Santa Bárbara. É interessante o zelo pela preservação, pois tudo que está lá deve permanecer lá, não se pode trazer uma única concha para casa. Pode sim ser melhor fiscalizado, pois o arquipélago ainda sofre com a pesca predatória e não conta com estrutura para que a fiscalização se torne eficiente, ou até mesmo possível. O pessoal da marinha que vive na ilha Santa Bárbara conta que até mesmo água potável é difícil por lá. Assim nós vemos o tanto que ainda precisa ser feito.

Liliana:E o que podemos fazer para ajudar?

Yuri: Multiplicar e preservar. Não me refiro apenas à Abrolhos, mas sim a todo o ambiente natural. Multiplicar essa ideia de preservação é importantíssimo, muitas pessoas não têm noção do impacto que causam, e por menor que possa parecer, ainda assim é um impacto. O Secretário Municipal de Turismo e Meio Ambiente, Sr. Fabio Negrão disse uma coisa muito interessante no curso que ministrou para nós, disse que todos causamos impactos, o que podemos fazer é buscar uma forma de diminuir o impacto causado, pois, usando um exemplo citado por ele, “podemos destruir em segundos um coral que levou anos para se desenvolver”.

Existem muitas campanhas de preservação, junte-se a uma delas! Eu abracei a campanha da qual fiz o curso, “Conduta Consciente em Ambientes Recifais”, e mesmo eu estando tão longe do litoral, faço o que posso por aqui, o que não deixa de ser importante. Todo o trabalho é bem-vindo Liliana. Paul Watson também disse: “Nós não podemos viver neste planeta com os oceanos mortos. Se nossos oceanos morrerem, nós morremos.” O que é a mais pura verdade.

Liliana:Para concluir Yuri, você acha que valeu a pena viver essa experiência?

Yuri: Sem dúvida alguma Liliana, como eu já havia citado, foi vivendo isso que eu encontrei algo pelo qual vale a pena morrer. Gosto de me lembrar de uma cena quando eu estava em Abrolhos, já estava noite e estávamos nos preparando para um mergulho noturno, confesso que senti um pouco de medo, mas logo passou. O mergulho noturno é o que te permiti ver mais vida e mais cores no fundo do mar, por isso foi maravilhoso, logo que voltei a superfície, deitei na proa do parco e fiquei admirando a luz do luar que refletia na água, com um tom maravilhosamente alaranjado. Aquilo tudo parecia uma pintura, uma verdadeira obra de arte. Até hoje sonho com esse momento e sei que não posso deixar aquilo desaparecer, é o que me motiva defender tudo aquilo. E acredito que não só eu, mas outras pessoas que ao sensibilizar-se por algo, deve lutar para que isso continue existindo.

 Notícia sobre a viagem: http://seashepherd.org.br/nucleo-rj-do-instituto-sea-shepherd-brasil-realiza-o-i-eco-dive-no-arquipelago-de-abrolhos/